Rúben Amorim fez esta segunda-feira a antevisão ao jogo com o Sp. Braga, partida da final four da Allianz Cup agendada para amanhã, às 19H45, em Leiria.
O que podemos esperar do Sp. Braga, que talvez esteja no momento mais delicado da época? Sporting venceu Taça da Liga há dois anos… Era simbólico voltar a ganhar? “Falámos sobre isso a época passada e no início desta. Estivemos um ano sem vencer, neste caso são dois, mas refiro-me a épocas desportivas. Tornou-se obrigatório vencer títulos esta época. Sp. Braga? É uma competição diferente. Basta olharmos para a época passada. Sp. Braga estava muito bem, nós não, tínhamos sido eliminados da Taça, da Liga dos Campeões, mas como era uma prova diferente conseguimos vencer [o Sp. Braga]. Vai ser uma espécie de final por toda a envolvente à volta da cidade de Leiria e tudo o que aconteceu no campeonato não vai entrar em campo na Taça da Liga. É um adversário que pode mudar alguns jogadores e isso muda a forma de jogar. São jogadores internacionais, um plantel muito bom e um dos melhores treinadores da história do clube. É um jogo muito difícil e as duas equipas querem chegar à final para ganharem um título. Para nós é obrigatório vencer títulos este ano e queremos começar já”.
Já sabe quando vai ter o Koba? Poderá jogar contra o Sporting em breve? Preferia perder Gyökeres neste mercado para poder investir depois ou mantê-lo agora e perdê-lo só no final da época por um valor mais baixo? “Estou esperançoso que haja a terceira hipótese: a de ficar para lá desta época. Claro que não queremos perder jogadores porque o dinheiro que se recebe não se pode gastar nem metade. Para qualquer contratação precisamos de tempo, e neste momento todos são importantes. Os que têm tido mais impacto não podem sair neste momento, só pela cláusula. Queremos manter os nossos jogadores e principalmente os de maior impacto. Mercado? Falamos quando as coisas acontecerem, enquanto não acontecerem o foco está nos jogadores que temos hoje”.
Franco Israel, quando chega a fases decisivas, volta a deixar o lugar para Adán. Vai acontecer novamente? Trincão é carta forte? “Vão ser os dois titulares [Trincão e Israel], portanto está aí a resposta ao impacto que têm tido e à forma como acreditamos neles”.
Formato da Taça da Liga continua a levantar algumas questões. Qual a sua opinião em relação ao peso e formato da competição? Dá jeito não jogar o campeonato nesta altura por causa das ausências? “O jogo do Casa Pia também vai ser um bocadinho mais à frente, vai depender da qualificação. Pode ter impacto no Geny, na Costa do Marfim já acreditamos menos [que possa ser eliminada]. Pode ajudar um bocadinho nesse aspeto. Eu dou muito peso e valor à Taça da Liga, ganhei várias como jogador e teve um significado muito grande quando a venci pelo Sp. Braga, numa fase difícil do começo da carreira com muita confusão à mistura. Foi um momento decisivo, até para nós como equipa técnica para depois desenvolvermos o nosso trabalho. Formato? Concordo mais com esta fase de grupos, mesmo sendo mais curta. Está um bocadinho feita para termos uma final four com as melhores equipas, e isso percebe-se um bocadinho. Mas acho que todas as equipas profissionais devem ter oportunidade. Às vezes temos que fazer sacrifícios para que todos tenham oportunidade de competir. Uma Taça da Liga onde todos participam, quanto a mim, tem mais valor do que chegarem os quatro principais clubes e competirem entre eles. Gosto deste formato porque dá hipóteses a toda a gente, e o Estoril foi o caso este ano. Diria que estou satisfeito com o formato porque um título é um título. Não podemos dizer que ganhamos os jogos e depois dizer que uma Taça não tem valor. Um título é um título e é a nossa hipótese de voltar aos títulos esta temporada”.
Elogios de Cristiano Ronaldo merecem algum comentário? Considera que Taça da Liga é a altura ideal para ajustar contas com o Sp. Braga? Também gostaria de ajustar contas com o Benfica na final? Treinou penáltis? Considera-se o rei da Taça da Liga? “Não me considero rei nenhum. Sei que ganhei várias, não sei como está em relação ao Luisão. Sei que ganhei algumas. Cristiano Ronaldo? O que tirei foi que nos pouparia muitas perguntas em relação à vinda dele para o Sporting, assim como tempo. Acho que vê a equipa a jogar e, como todos os sportinguistas, está satisfeito com o rendimento. Mas disse, e bem, que as contas se fazem no fim. Quanto a ajustes de contas. Isto é uma competição diferente. O que interessa é chegar à final e não tenho preferências para a outra equipa. Penáltis? Treinámos ontem e hoje, de forma a estarmos preparados para todas as eventualidades do jogo”.
Confirma que Morita, quando voltar da Taça Asiática, vai ser convidado a renovar? “Isso é mais para o Hugo Viana, não sei ao certo como está isso. O Morita vai no 2.º ano de Sporting e é um jogador seguro, essa é a preocupação do treinador. Pelo que dá, pela forma como toda a gente gosta dele e pelo impacto que tem, acho que falo por toda a gente quando digo que gostaríamos de o manter além do contrato. O importante é que o Japão seja eliminado e que venha rápido (risos)”.
St. Juste e Matheus Reis disponíveis? “Não tenho dito nada de especial ao St. Juste, está a voltar. A conversa que tenho tido com ele é para perceber como se sente, temos essa atenção. Não é só o físico que é importante, é também a mente. Vai ser convocado, mas está limitadíssimo em termos de minutos de jogo. O Matheus Reis recuperou, treinou e senti-o bem. Estão os dois convocados”.
Deve optar por manter Paulinho e Gyökeres juntos? O que há de diferente em jogar com os dois agora e no passado? Sporting e Benfica trocaram comunicados há alguns dias. Tendo em conta que pode haver duelo entre os dois esta semana, isso pode levar a um ambiente mais tenso? “O jogo é contra o Sp. Braga, o Benfica tem o jogo contra o Estoril. Não sei o que vai acontecer depois e não vou comentar sobre isso. Não vou dizer se o Paulinho e o Gyökeres vão jogar, o Trincão vai jogar mas o Artur Jorge não sabe o lado. No outro jogo com o Sp. Braga jogámos com o Morita no meio. O Pote está em dúvida para o jogo, tem um problema no pé e amanhã vamos testá-lo. O Paulinho é mais finalizador, mais forte no ataque à área, não é tão forte como o Trincão a carregar a bola e a fazer diagonais no espaço e isso muda o que queremos fazer no jogo. O posicionamento pode ser parecido, mas as caraterísticas deles levam o jogo para sítios diferentes”
O quão importante tem sido, para o Paulinho, não ser o avançado que custou muitos milhões? “Acho que o Paulinho se adaptou bem a jogar não como referência mas sim mais solto dessa atenção toda. Começou a marcar golos e isso liberta qualquer avançado. Acho que estava mais satisfeito o ano passado porque jogava mais vezes, os jogadores querem é jogar. Mas acho que ajudou muito o Gyökeres e vice-versa. Temos um que liga melhor e outro que ataca melhor o espaço. Temos dois avançados a atacar a área, algo em que éramos perigosos com o Coates. Tornámo-nos uma equipa mais completa e o Paulinho, ao fazer golos e jogar muito bem… Tudo o que faz é pensar primeiro na equipa e ele continua a fazer isso, mas este ano já bateu os recordes do campeonato. A atenção está noutro jogador que tem tido um impacto muito grande e isso poderá ter ajudado na forma de jogar do Paulinho. Não sei se está mais satisfeito do que no ano passado”.
Sp. Braga é um ataque muito concretizador e Sporting voltou a sofrer em Vizela. Consistência defensiva… “Claro que não queremos sofrer golos, temos sofrido demasiado. Com o Vizela sofremos três remates à baliza e dois golos. Há fases assim. Estamos a dar menos aos adversários mas continuamos a sofrer golos. Houve fases em que, na primeira época, defendíamos muito mais e não sofríamos golos. Este ano estamos a sofrer, mas quanto a mim estamos a defender melhor e estamos melhores do que no ano passado. Sp. Braga tem muito talento na frente e temos de estar concentrados em todos os momentos, as duas equipas acabam sempre por marcar golos. É muito importante não sofrer”.
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