Diretor executivo da SAD do Benfica falou sobre os problemas da Liga Bwin e ainda sobre a meritocracia na Superliga Europeia

Domingos Soares de Oliveira, diretor executivo da SAD do Benfica, concedeu uma entrevista ao “The Athletic” e abordou os problemas que a Liga Portuguesa vive. Para o dirigente encarnado, o campeonato nacional ainda vive algo atrasado em relação a outros europeus.

“Penso que estamos a falhar onde outras Ligas melhoraram para conseguirem competir bem a nível europeu. Em Portugal, habitualmente, são quatro clubes [Benfica, Sporting, FC Porto e Braga]. Podemos ter o Vitória de Guimarães ou o Marítimo. Mas é difícil para eles conseguirem ser competitivos. Se olharmos para os motivos de Portugal estar em perda em termos de coeficiente europeu quando comparado com a Liga dos Países Baixos, é sobretudo porque têm muitos clubes na Conference League. Não temos a mesma situação em Portugal. A nível europeu, mesmo sendo apenas quatro clubes [que regularmente competem nas provas da UEFA], tivemos três equipas na fase de grupos da Liga dos Campeões, o Benfica está nos quartos de final, e o Braga está nos quartos de final da Liga Europa, o que é muito interessante”, explicou.

Sobre a Superliga Europeia, que continua a gerar polémica e que não está colocada de parte para o futuro próximo do futebol do Velho Continente, Soares de Oliveira prefere falar em meritocracia.

“Nós percebemos a ideia que está por detrás do conceito dos clubes e passa por gerar receitas adicionais. Mas nós, e não falo apenas do Benfica, mas, sim, da família do futebol e da maioria dos clubes que não faz parte da Superliga, acreditamos que a meritocracia é extremamente importante. Uma Liga fechada pode existir em outras partes do globo, mas não a nível Europeu. Pensamos que a UEFA é um parceiro-chave, e o que vi na última assembleia geral da ECA (European Club Association), em Viena, é uma relação extremamente forte entre a UEFA e a ECA. Vamos na direção certa. A ECA é a entidade que está responsável por defender os interesses dos clubes e está a trabalhar de mãos dadas com a UEFA, existindo um memorando de entendimento que é muito claro, inclusive Aleksander Ceferin esteve presente na assembleia geral. Todas estas coisas estão a caminhar na direção correta. Estou certo que os grandes clubes vão continuar a jogar entre si, mas não deve ser numa competição fechada. Tem de estar debaixo de regras estabelecidas por nós”, explicou.

Jornal O Jogo

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