Como era de prever, a conferência de Sérgio Conceição para antever a receção ao Montalegre ficou marcada por temas paralelos, nomeadamente os episódios relacionados com a última Assembleia Geral do FC Porto e o caso de violência junto da casa de André Villas-Boas, candidato iminente às eleições para a presidência do clube. Ora, sem se alongar muito e sem retirar o foco do seu trabalho, o treinador não deixou de condenar tudo o que se tem passado.

“Olhamos para aquilo que se passa à nossa volta, eu como empregado do FC Porto tenho que me focar na equipa. O meu papel é ser treinador, tenho de preparar a equipa da melhor forma, olhando para estes acontecimentos que fazem parte ou que estão a fazer parte deste ambiente e do clube, e que me deixam absolutamente triste. Obviamente que repudio qualquer tipo de violência e o que vi na AG, como sócio há 27 anos, deixa-me triste e é condenável. A partir daí, não comento mais”, começou por referir Sérgio Conceição, voltando depois ao tema para comentar se se considera, por esta altura, a figura mais consensual do universo portista.

Relacionadas

“Quem, eu?”, atirou, entre sorrisos, prosseguindo depois, mais a sério, e com José Maria Pedroto no pensamento: “Sublinharam um ‘like’ que meti na [publicação da] dona Cecília Pedroto, e referindo uma frase que considero muito importante, porque quando falamos do nosso mestre e alguém que eu admiro, que dizia que os sócios do FC Porto não são o 12º jogador, são o 1º. Sem eles, não havia razão do clube existir. Os sócios querem é vitórias, títulos, e não querem também as situações que infelizmente aconteceram. Somos de uma região muito apaixonada pelo nosso clube. Não somos o que se viu neste passado muito recente, isto que fique claro.”

Última renovação foi nas férias

Conceição abordou ainda a recente entrevista de Pinto da Costa, onde este referiu, a respeito da renovação com o treinador, que a demora é natural face às dúvidas sobre quem será o líder do clube a partir de abril.

“Não vejo qual é o espanto das palavras do presidente. A minha última renovação foi em junho, renovei nas férias. Neste momento, estou preocupado, e acho que os sócios também, com o facto da equipa ganhar títulos”, atirou.

Recado a João Mário com Martínez também visado

Sérgio Conceição mostrou-se satisfeito com as estreias de Pepê e João Mário pelas seleções de Brasil e Portugal, respetivamente. “Fico extremamente contente pela evolução deles, por chegarem a um espaço onde estão os melhores de cada país. É merecido”, disse quando questionado sobre o tema. À boleia, o técnico lançou um aviso ao português… que terminou com uma referência ao selecionador nacional Roberto Martínez. “O João veio a dormir e tem de perceber que tem um treinador português e não um espanhol”, afirmou, com a conferência de imprensa a terminar logo de seguida. As palavras do técnico tiveram eco em Espanha, nomeadamente no jornal Marca, que catalogou as declarações como “surpreendentes, um tanto desrespeitosas” e que fizeram alusão “sem se saber muito bem como nem porquê” à nacionalidade do selecionador. A propósito do tema, o nosso jornal contactou a FPF, que não quis tecer quaisquer comentários.

Montalegre tratado como se fosse da Champions

Sobre o tema que originava a conferência, Conceição fez questão de mostrar que conhece de fio a pavio o rival desta noite. “É uma equipa à imagem do seu treinador. Se der para sair a jogar de forma mais ligada sai, se não der é muito simples no seu processo ofensivo. Olhar para a referência na frente, com movimentos rápidos dos alas e a aproximação dos médios… Defendem bem, podem defender mais alto, depende da estratégia”, considerou, virando depois o foco para a sua equipa: “A análise que fizemos sobre o Montalegre foi igual à como quando jogámos na Liga dos Campeões.”

Jornal Record

Este artigo foi originalmente publicado neste website

Share.

Leave A Reply

Skip to content