Depois de dois dias em que muito se falou na ida de Sérgio Conceição ao Coliseu do Porto para assistir à cerimónia de apresentação da recandidatura de Pinto da Costa e ao emotivo abraço que deu ao presidente, o técnico, de 49 anos, estava preparado para enfrentar as perguntas da comunicação social sobre o tema. Conceição percebeu a polémica gerada pelo seu gesto, depois de ter garantido que iria manter-se à margem da luta eleitoral, e antecipou-se, abrindo a conferência de imprensa de ontem com uma breve comunicação.

O técnico assegurou que a sua presença ficou a dever-se apenas à boa relação que mantém com Pinto da Costa e à gratidão pelas oportunidades que o presidente lhe deu desde jovem.

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“Antes de mais, gostaria de dizer algo que acho que é importante e sei que me vão perguntar. Com isso queria de certa forma encerrar o assunto e que respeitassem o sócio e principalmente o treinador que aqui está. Relativamente ao abraço que dei a um amigo no Coliseu, é um mentor, alguém que conheço desde os meus 15 anos, que me deu algumas das oportunidades que eu considero muito importantes na minha vida pessoal e profissional. Foi um abraço muito importante para o presidente e para mim, numa relação em que a gente se conhece há mais de 30 anos. E com isto não falo mais dessa situação, peço respeito por isso”, rematou Sérgio Conceição, colocando assim um ponto final na polémica gerada pela sua presença no evento.

Jogo perigoso

Passando o seu foco para o futebol, o técnico dos dragões destacou o perigo que representa o jogo desta tarde, frente ao Santa Clara, uma equipa que se reforçou bem e lidera a Liga Sabseg. Sendo uma eliminatória da Taça de Portugal, não há margem de erro, pelo que a atenção é redobrada.

“Vai ser um jogo difícil, por tudo aquilo que é a equipa do Santa Clara. Está a fazer um bom campeonato, com solidez defensiva, mas também com uma equipa experiente, que considero que se estivesse na 1ª Liga, estaria do meio da tabela para cima”, referiu Conceição, lamentando o previsível estado de chuva e vento nos Açores, juntando-lhe “o relvado em muito mau estado, como estava no último jogo em casa”.

Solidário com protesto policial

Sérgio Conceição não quer acreditar que o jogo desta tarde possa ser adiado, devido aos protestos das forças policiais, mas em todo o caso mostra-se solidário com a causa. “Temos de estar solidários com um sector que é muito importante na nossa sociedade, respeitar o protesto de alguém que sente que não tem tudo aquilo que merece, mas não ficaria nada satisfeito se tivesse de fazer uma viagem aos Açores e não pudesse jogar. Depois em que data é que vamos jogar? Temos um calendário muito preenchido com a Liga dos Campeões também, vamos ter sete jogos este mês, já fizemos um, vamos fazer mais seis, depois não é fácil encontrar data para jogar”, avisou o técnico.

Fazer 2.ª volta acima da média

A seis pontos do Benfica e a quatro do Sporting, que tem um jogo a menos, Sérgio Conceição não esconde alguma preocupação, mas acredita que ainda é possível dar a volta por cima. “Dentro desse cenário não há nada a fazer, é olhar para a frente, trabalharmos mais nos jogos dentro do que podemos controlar, sermos mais competentes e esperando também que naquilo que não controlamos as pessoas sejam mais competentes… Se juntarmos isso, faremos uma 2.ª volta acima da média, não tenho dúvida nenhuma. Em maio fazem-se as contas, naturalmente”, recordou o técnico, reiterando uma ideia já transmitida.

“Estamos num bom momento, último jogo não quebrou nada”

O empate frente ao Rio Ave, no Dragão, interrompeu um ciclo de quatro vitórias e boas exibições do FC Porto, mas não deixou Sérgio Conceição preocupado. “Estamos num bom momento, o último jogo não veio quebrar nada, veio, sim, mostrar que a equipa está bem. Obviamente que o resultado não foi bom, foi negativo, temos plena consciência disso, mas dentro disso temos de olhar para este jogo como uma final, porque só estaremos nas meias-finais se conseguirmos passar o Santa Clara”, lembrou.

Sobre Alan Varela, o técnico registou uma “evolução interessante”, já que se “sente com mais liberdade para chegar à frente, para decidir, aparecer, romper e surgir no último terço com mais assiduidade”.

Jornal Record

Este artigo foi originalmente publicado neste website

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