O presidente Rui Costa recebeu, nesta sexta-feira, na Tribuna Presidencial do Estádio da Luz vários antigos jogadores do clube e familiares de Eusébio para um almoço de homenagem ao Pantera Negra no dia em que se completaram 10 anos do seu falecimento. Um evento carregado de emoção, marcada pela saudade, em que participaram 30 antigos jogadores dos encarnados na década de 60 do século passado e que viveram no lar do clube juntamente com Eusébio. José Augusto, Mário João, Artur Santos, Toni, Vítor Martins, João Alves, Shéu Han, Raul Águas e José Rachão foram alguns dos que se juntaram a Flora Ferreira, viúva de Eusébio, à filha Sandra Ferreira e à neta Maria. Além destes antigos futebolistas, estiveram também representantes das modalidades como Orlando Alexandre (ciclismo) e Jorge Vicente (hóquei em patins).
Saudado por todos os presentes, Rui Costa sublinhou a importância de homenagear Eusébio e reconheceu que estes momentos são sempre poucos em face do que o ‘Rei’ fez pelo Benfica, pelo país e pelo mundo do futebol. “As homenagens serão sempre de menos por tudo aquilo que Eusébio nos deu, ao país e ao mundo do futebol. Já lá vão 10 anos. Passou rápido e as saudades são sempre muitas. Justifica-se tudo aquilo que se faz em prol de Eusébio. Não podíamos deixar de assinalar os 10 anos da sua partida fisicamente, porque ele está sempre connosco. Nós, no futebol, posso dizer, durante os jogos apelamos quase sempre a que ele nos dê um empurrãozinho. Tenho a certeza que ele está lá em cima sempre a olhar pelo Benfica”, afirmou o presidente das águias.

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Rui Costa destacou também o papel que cada um dos presentes teve na história centenária do clube, da qual sobressai Eusébio. “Diria que são uns privilegiados, porque conviveram e viveram com Eusébio, e, ao mesmo tempo, não posso deixar de realçar quanta história de Benfica está presente nesta mesa. Todos marcaram parte da história do Benfica e, de facto, foram privilegiados por terem convivido com o nosso Rei e, quase todos, por jogarem ao lado dele, algo que qualquer jogador de futebol gostaria de ter feito. É um prémio e uma homenagem justa também para esta gente. Se foram beneficiados por jogar ao lado do nosso grande senhor e terem vivido com ele, acredito ter sido um prazer para Eusébio conviver com esta gente. Muito Benfica aqui para homenagear aquela pessoa cujo próprio nome se confunde com o nome Benfica. É uma homenagem muito bonita”, frisou o líder dos encarnados.

Emocionado, Rui Costa admitiu que se sente um privilegiado por ser um veículo transmissor da mística do Benfica também enquanto jogador. “Há uma coisa que se torna até engraçada. É um privilégio para mim, que sou mais novo. São todos jogadores do Benfica, nós crescemos a ver os outros. Estar aqui no meio deles [antigos jogadores] como presidente… Naquela mesa não deixo de ser mais um jogador do Benfica. Inclusive, está o Shéu, que foi meu diretor, Toni, que foi meu treinador, muitas destas pessoas convivem semanalmente pela história do Benfica. É o que nos une a todos. Isto passa de geração para geração, vamos aprendendo uns com os outros. Eu fui aprendendo com muitos deles, dos que estão aqui sentados. No fundo, quando nos encontramos, não há o presidente, o treinador… há os jogadores do Benfica. Para mim é um orgulho enorme poder estar nesta mesa, conviver com tanta história do Benfica. Não é de estranhar que o almoço seja a recordar aquele jogo, aquela geração, o fulano tal… É nestas coisas que se aprende muito de Benfica, que se bebe Benfica. Tive esse privilégio desde há muitos anos e isso torna-se muito mais fácil para encarnar aquilo que é a família benfiquista”, sublinhou Rui Costa, que recebeu do pintor Nuno Pedreiro um quadro com três imagens marcantes da lenda do Benfica: Eusébio da Silva Ferreira.

A filha, Sandra Ferreira, mostrou-se “honrada” e elogiou a iniciativa que ajuda a “perpetuar” a memória da maior figura da história do emblema da Luz. “O Benfica está a perpetuar a memória do meu falecido pai. É uma honra estar com pessoas que coabitaram com ele quando chegou a Portugal, a Lisboa. É sempre muito engraçado. A iniciativa foi excelente. Há pessoas que não conhecia, outros que conviveram comigo também quando era pequena. É gratificante”, destacou, garantindo que a família do Rei nunca deixou de sentir o carinho em torno do ícone do futebol nacional e mundial. “É sempre um carinho muito grande em torno de Eusébio. Passaram 10 anos desde a partida do meu pai e continuo a ouvir histórias desconhecidas, que são muito gratificantes. É sempre bom. Cada vez mais, os mais novos, até por existir uma carta dele no jogo FIFA 2024 que vale imenso, acabam por conhecê-lo bem. É sempre bom”, referiu, entre um misto de emoções.

Um dos antigos jogadores presentes foi José Augusto, bicampeão europeu pelos encarnados. “Não há dúvidas nenhumas de que Eusébio está na eternidade. Eusébio faz falta! A qualquer um de nós que viveu aquelas competições europeias, em que ganhámos duas e perdemos três finais. Será sempre lembrado. Está sempre connosco. Foi realmente um paradigma de tudo aquilo que de bom tinha dentro de si. Todos o sentíamos. A saudade vai continuar. O Benfica vai connosco no dia em que tivermos de partir. As gerações mais novas têm conhecimento de Eusébio, os mais velhos lembram Eusébio. Nós nunca esqueceremos que o Benfica não esquece as pessoas”, enfatizou.

Quanto a Toni, salientou que “há uma saudade muito grande, de toda a família benfiquista”. “O Eusébio estará sempre nos nossos corações. É o maior símbolo da história do Benfica, daí que esteja sempre no coração dos benfiquistas. O universo benfiquista sabe reconhecer quem fez, o que fez, para colocar o Benfica nos patamares que atingiu, que a Eusébio muito se deve”, enalteceu.

Por seu turno, Shéu Han destaca que este “momento de exaltação” visou prestar tributo a quem conduziu o clube para a grandeza. “É uma data que recordamos. Eusébio foi o símbolo máximo deste clube, revivê-lo é ir atrás daquilo que é a mística do Benfica. É uma recordação triste, mas também é de alguma exaltação. Eusébio foi a figura que nos guiou a esta grandeza. Estes momentos de exaltação são fundamentais para manter viva a chama dos responsáveis por isto tudo. O Benfica é um clube enorme, como foi o Eusébio”, frisou Shéu Han, ladeado por João Alves, o qual evocou “um ídolo que está sempre presente”. “Recordamos o grande símbolo do Benfica, aquele que me ajudou a gostar muito do clube. Quando era miúdo víamos os jogos pela televisão, em função da grande equipa que o Benfica tinha, o grande futebol que praticava, e as estrelas que tinha, como o Eusébio: o expoente máximo. Fez crescer em nós o amor benfiquista. Relembramos o grande Eusébio, o nosso grande ídolo”, concluiu João Alves.

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