A frase não é nova e já foi referida por vários presidentes de clubes portugueses, mas Rui Costa admite ser uma tristeza para si não ter capacidade para conseguir segurar os maiores talentos da equipa. Ao comentar a saída de Gonçalo Ramos, em entrevista à ‘Liga TV’, o presidente do Benfica vincou que lida com isso com “desagrado”.
“Como é que se gere a saída de um titular da equipa? Com desagrado porque vivemos num país como este. Tenho o maior orgulho em Portugal, mas num país como o nosso, obrigatoriamente – e as pessoas têm que se mentalizar disso por mais que custe a qualquer adepto ou a qualquer sócio -, os clubes não podem sobreviver sem vendas. O que procurámos com essa venda foi, entre variadíssimas coisas, proteger o resto do núcleo. Havia uma vontade explícita do Gonçalo Ramos – não é que ele não considere que o Benfica seja o maior clube do Mundo, mas, infelizmente, nós em Portugal não temos as condições para pagar os mesmos salários que outros clubes pagam noutros países. A diferença salarial entre aquilo que o Gonçalo tinha no Benfica nos nossos máximos para aquilo que ele possa ter em França – que não sei quanto é, mas presumo – é abismal. Acredito que é evidente que na vontade do jogador também há esse passo”, vincou o líder dos encarnados, antes de explicar que a saída do algarvio teve um aspeto positivo: “Procurámos olhar também do ponto de vista desportivo e não só financeiro. Volto a repetir, não há clube em Portugal que possa sobreviver sem vendas. Depois conjuga-se isso com o ponto de vista desportivo. A saída do Gonçalo naquele momento permitiu ao Benfica manter muitos mais jogadores e construir uma equipa à volta disso. Vê-se a saída do Gonçalo com desagrado mas sem grandes possibilidades de fazer de forma inversa e procurando que essa saída pudesse servir para manter outros jogadores na casa, não um, não dois, mas até três ou quatro”.

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Rui Costa, na referida entrevista à Liga TV, abordou ainda o processo de afirmação e renovação de João Neves pelo Benfica, jogador a quem trata, com carinho, por ‘Joãozinho’. “

“A renovação do Joãozinho era praticamente matemática. Ele começou a época passada na equipa B, começa a treinar a meio do ano com a equipa principal e a dar nas vistas. Roger Schmidt aposta nele muito cedo e ele justificou sempre essas apostas. Na última AG tive a oportunidade de dizer que ele fez a parte final toda do campeonato ainda com o contrato da equipa B. Talvez tivesse sido das renovações mais fáceis que tive dentro do clube porque a nossa vontade era aquela e porque o João nem queria saber o que vinha no contrato, queria era saber se era jogador do Benfica ou não e foi isso que aconteceu. Estamos muito felizes por ser mais um jogador da nossa formação a vir para cima e a ter este prazer em jogar no clube”, anotou.

Por Nuno Miguel Ferreira e Valter Marques

Administrador

Este artigo foi originalmente publicado neste website

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