Pinto da Costa marcou, este sábado, presença na inauguração da exposição temporária de homenagem a Pavão, que morreu há 50 anos na 13.ª jornada do campeonato de 1973/74, após cair inanimado no relvado num jogo frente ao V. Setúbal, no Estádio das Antas. O presidente do FC Porto garante lembrar-se “perfeitamente” desse dia.
“A história do FC Porto é feita de grandes homens, de grandes atletas, de grandes adeptos e de grandes dirigentes. O Pavão está não só na história do FC Porto, mas na memória de todos aqueles que puderam lidar com ele, como eu tive essa felicidade. Faz hoje 50 anos desse dia trágico para ele, para a família e para todos nós, e é bonito ver que ao fim de 50 anos, antigos colegas seus fizeram a questão de estar aqui. Está muita gente com a família porque ele, além de ter sido um grande jogador, é para todos nós uma eterna saudade”, referiu.

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Vitória no clássico seria a forma perfeita de homenagear Pavão? “O Pavão é homenageado na nossa memória a todo o momento. Na segunda-feira a vitória será para todos aqueles que já defenderam as cores do FC Porto, porque a história é feita de triunfos. A história não se faz de derrotas e todos eles foram campeões, portanto será em memória de todos”.

Frederico Varandas disse que o FC Porto ia ser muito bem recebido em Alvalade. Merece-lhe algum comentário? “Não, não merece”.

Lembra-se onde estava há 50 anos? “Perfeitamente. Estava no camarote, houve uma grande agitação e eu fui logo embora. Na altura não era dirigente, apenas chefe de várias secções. Recordo-me que de imediato o doutor Américo Sá me informou do que tinha sucedido porque me pediu para contactar o meu irmão, que era diretor do Instituto de Medicina Legal e foi ele que fez a autópsia do Pavão. Corriam muitos rumores de que poderia ser uma indigestão, mas tinha o estômago apenas com umas grainhas de tangerina, não tinha absolutamente [mais] nada. Morreu porque tinha uma deficiência no coração, que na altura não era detetável e hoje era. Hoje não teria morrido mas também não teria jogado futebol. Lembro-me perfeitamente de todos os passos, saí do jogo para ir a casa do meu irmão quando ainda não havia telemóveis. Era necessário fazer logo a autópsia para acabar com os boatos que corriam”.

Quanto valeria um jogador como Pavão hoje em dia? “O valor do Pavão não é qualificável. Hoje, a memória dele vale milhões. Não queria por isso no aspeto monetário e nós estamos aqui a lembrar o grande jogador e o grande homem que ele era. Tem um valor incalculável”.

Era importante para o FC Porto ser campeão e dedicar o título a Pavão? “Quando ganhamos títulos dedicamo-los a toda a gente, aos adeptos que apoiam a equipa, a todos. De um modo geral, aos que apoiam incondicionalmente em todos os sítios e, naturalmente, a todos os atletas, tanto os que já faleceram como os que dignificaram este camisola e felizmente ainda estão entre nós”.

Jornal Record

Este artigo foi originalmente publicado neste website

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