Perante uma plateia fervorosa, Pinto da Costa não deixou os seus créditos por mãos alheias no discurso final do jantar de natal atrasado, organizado pela sua Comissão de Recandidatura. Ainda não foi ontem que assumiu de viva voz a sua entrada na corrida eleitoral de abril, fazendo-a depender, após a chegada aos oitavos de Champions e as contas positivas, do desejo de ter “a academia pronta a arrancar”, mas deixou novos indicadores nesse sentido, vincando ter “muitos sonhos para o futuro” também por sentir que “o momento do FC Porto é pujante”.
Ainda no discurso saído da alma, sem qualquer papel ou suporte digital a auxiliá-lo, o presidente, de 86 anos, justificou as suas afirmações com os dados do plano desportivo. “Enquanto alguns criticam o valor das nossas equipas, dos nossos jovens, quero lembrar que neste mandato, o FC Porto venceu, no futebol, oito títulos nacionais, os mesmos que Benfica, Sporting e Sp. Braga venceram juntos. Estamos empatados 8-8”, atirou Pinto da Costa, talvez já antevendo que um desses rivais irá vencer a próxima edição da Allianz Cup, cuja final four não terá a presença dos dragões, já que, neste momento, o FC Porto vence-os por 8-7. Adiante…
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“Somos o único clube português que está desde os sub-14 aos sub-19 apurado para as fases finais dos campeonatos nacionais… Isto demonstra valor dos nossos preparadores, scouting, técnicos, talentos. É isto que me interessa. O presente e lançar o futuro”, prosseguiu.
O plano financeiro também não poderia deixar de ser tema. “O FC Porto tem sido massacrado pelos resultados das últimas contas. Já explicámos, mas falar para quem não quer ouvir é muito difícil. Dissemos que foi opção nossa ter resultado negativo para podermos estar nos ‘oitavos’ da Liga dos Campeões, como estamos. As contas que vamos agora apresentar vão provar que o raciocínio estava certo, porque vão ser altamente positivas e os capitais próprios vão ser igualmente positivos”, assegurou Pinto da Costa, rematando com uma promessa.
“Vamos ter uma academia, a melhor academia portuguesa. Não vale a pena pensar que há campinhos em qualquer lado que sirvam para travar o nosso projeto, porque o nosso projeto não vai em velocidade cruzeiro, o nosso projeto já não pára, será uma realidade”, garantiu, recebendo mais um forte aplauso dos presentes.
“Não contribuirei nunca para a desunião do clube”
Com os números na ponta da língua, Pinto da Costa apresentou o seu cartão de visitas. “Tive a honra de, nestes quase 42 anos e até outubro, que foi a última contabilização que recebi, o FC Porto vencer 2.550 títulos nas modalidades. E tive a honra de presidir a uma direção que, nestes mais de 40 anos, venceu 68 títulos no futebol, sete deles internacionais”, salientou, transpondo-se, depois, para o lado mais emocional, deixando algumas garantias numa altura de grande agitação interna face às eleições de abril. “A minha filha diz que o FC Porto é o irmão mais velho que ela tem. E é verdade. Não contribuirei nunca para a desunião do FC Porto, que já tem inimigos exteriores que cheguem. Seja qual for a minha posição, nunca será de litígio com quem quer que seja”, sublinhou Pinto da Costa para grande satisfação dos presentes.
Este artigo foi originalmente publicado neste website