Apesar de ainda só ter 24 anos, Morten Hjulmand já leva várias temporadas ao mais alto nível enquanto futebolista. Desde logo, formado nas escolas do Copenhaga, o médio dinamarquês deu depois o salto para a Áustria, onde alinhou ao serviço do Admira Wacker, que antecedeu o capítulo no Lecce e mais tarde no Sporting. Em entrevista à Sporting TV, o internacional dinamarquês recordou os primeiros tempos em que começou no futebol federado e não deixou de revelar pequenos segredos no percurso até aos dias de hoje.
“Tive uma infância incrível. Lembro-me de uma infância calma com os meus pais e irmãos e cheia de futebol. Mas a escola também era muito importante na minha família. Ensinaram-me sempre que a escola vinha primeiro e depois podia pensar no treino. Tive uma grande infância e estou agradecido por isso. Comecei lá no Tarnby com 3 anos e meio por causa do meu irmão e do meu pai, que era o treinador. Pode-se dizer que a minha família é uma família do futebol. Foi sempre a minha escolha e vontade jogar futebol. Eles viam que adorava estar com a bola e levaram-me a um treino com os miúdos. Era só eu a correr com a bola, mas viam que eu gostava muito. O meu irmão é um jogador muito bom, ele também era um grande talento. Agora, ele não é profissional, mas é um bom jogador na liga dele”, confessou o médio do Sporting, local onde vive uma “fase de felicidade”.

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Abordando o seu trajeto até chegar a Alvalade, Hjulmand revelou ainda, na entrevista ao canal dos verdes e brancos, a maneira como tenta adaptar-se a cada contexto e novo país em que se insere, com o tema da língua sempre presente. “É muito importante, quando vamos viver para um novo país, que aprendamos sobre a cultura e sobre a língua. Estou a tentar o melhor para aprender português. É difícil, mas também é difícil aprender italiano, demorou alguns meses, até mais do que um ano. É sobre adaptar-me a uma nova cultura. Falo dinamarquês, inglês, italiano e sabia alemão quando estive na Áustria, mas esqueci-me porque deixei de usar. Agora estou a aprender português. É similar ao italiano. Será mais fácil para mim aprender português do que italiano devido ao latim, é similar. Preciso de tentar o meu melhor. Tenho aulas. É complicado perceber o sotaque porque falam rápido, mas quando falo com crianças é mais fácil”, vincou.

Em relação a outros pormenores menos conhecidos, tais como a razão de utilizar atualmente a camisola 42 nos verdes e brancos, o médio abriu um pouco o livro aos adeptos leoninos. “Quando cheguei a Itália… Bem, as equipas em Itália têm muitos jogadores, mais de 30, por isso a maior parte dos números não estava disponível. O 42 estava e fiquei com esse. Quando era miúdo gostava do 6. Mas, não, o 21 era um dos meus números preferidos, ainda é”, explicou o jogador que, antes de chegar a Portugal, já era conhecido pela sua adoração ao Arsenal. Ao ponto de Hjulmand ter mesmo tatuado o símbolo (mais antigo) dos gunners no ombro.

“Quando comecei a ver futebol, o Arsenal tinha uma equipa fantástica e o Patrick Vieira era o capitão e jogava no meio-campo. Foi e é uma grande inspiração para mim. O meu pai apoiava o Arsenal há muitos anos e começámos a ver os jogos quando éramos mais novos.
Thierry Henry também era um jogador incrível de acompanhar. Havia jogadores com grande personalidade no Arsenal, mas gostava especialmente desses dois”, justificou, antes de abordar outra referência no futebol, neste caso alguém que defrontou na época passada em duelos entre Lecce e Inter: “Quando vejo futebol, analiso os jogadores da minha posição para aprender e ver o que fazem e no que posso melhorar. Quando joguei em Itália, para mim o Brozovic era o melhor na posição dele na liga. Admirava a maneira como jogava no Inter. Não vejo a liga saudita, portanto não sei como tem jogado, mas gostava de ver a forma como jogava no Inter.”

Assumindo que aprendeu sempre um pouco mais “sobre futebol profissional” em cada país e campeonato por onde passou, o médio de 24 anos abordou ainda o facto de ter tido a responsabilidade de ser capitão do Lecce numa fase precoce da carreira. “Claro que fiquei surpreendido por me escolherem para capitão no Lecce. Essa é uma grande responsabilidade, por isso tentei ser eu próprio e ser o jogador e pessoa que sou. Claro que temos de mudar certas coisas, porque temos de cuidar de muitos jogadores e és, de certa forma, a cara do clube, quando tens de o representar. Portanto, não foi fácil e acabou por ser um novo desafio. Sabiam que tipo de jogador eu era, mas tens maior pressão a nível mental enquanto capitão. No entanto, ter a braçadeira não significa que és um líder. Outros jogadores na equipa podem ter essa função e também houve vários jogadores que me ajudaram com essa responsabilidade de capitão”, frisou.

No que diz respeito ao atual capítulo no Sporting, Hjulmand foi claro ao destacar a entrega que tenta imprimir em cada partida pelos verdes e brancos. Isto tudo, garante, para compensar os adeptos leoninos, os quais o têm surpreendido. “Tal como disse, os adeptos podem ver o meu amor pelo clube e o fogo que tenho cá dentro para ganhar. Esta etapa no Sporting tem sido um grande conto de fadas e não podia pedir melhor sítio para estar neste momento com a minha noiva”, esclareceu o médio, que também olha para o futuro, tanto em Alvalade como na seleção dinamarquesa. “Primeiro de tudo, as minhas metas são aqui no Sporting e estar bem no clube. Claro que significa muito para mim estar na seleção nacional, mas sei que preciso de mostrá-lo pelas minhas exibições aqui no Sporting de forma a ir à seleção. Espero fazer parte do onze da seleção no futuro e, claro, estar no Europeu”, perspetivou.

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Este artigo foi originalmente publicado neste website

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