Zero títulos, terceiro lugar no Campeonato – com a fase de grupos da Liga dos Campeões por garantir – e a presença nos quartos de final com o Liverpool como espécie de golpe de magia que foi iludindo os malefícios de uma época que, tirando a Champions, pouco ou nada teve para deixar na memória.
A temporada da águia nem começou torta, mas pagou a fatura da chicotada psicológica que a meio do caminho fez Rui Costa tirar o tapete a Jesus – então agitado pelos ventos que o Flamengo soprou em Lisboa para o tentar contratar novamente -, que caiu em desgraça no balneário depois dos episódios após a derrota no Dragão que ditou o adeus à Taça de Portugal.
Nélson Veríssimo foi então resgatado à equipa B, que estava a fazer brilharete no topo da classificação da Liga 2, e tentou evitar o desnorte na águia, que tinha novo clássico no Dragão à vista em poucos dias e voltou a perder, mantendo as sirenes a soar.
Jesus deixara o Benfica na Final Four da Taça da Liga, apurado para os oitavos de Champions e no terceiro lugar do Campeonato, a quatro pontos de leões e dragões.
Independentemente dos motivos que presidiram à decisão da saída e à justiça/necessidade da mesma, o que é certo é que, como atestam os números, a chicotada psicológica não surtiu efeito. Nem imediatos, nem no médio prazo. Pelo contrário.
Teve o condão de piorar a equipa no Campeonato, tornando-a mais inconsistente nos resultados, retirando-lhe produtividade ofensiva e solidez defensiva – fraquezas disfarçadas na Champions. Jesus comandou o Benfica nos primeiros 30 jogos desta época, Veríssimo nos outros 25, e a primeira conclusão que salta à vista é que o treinador de 45 anos nem cinquenta por cento dos jogos conseguiu vencer: foram 12 vitórias em 25 (48 por cento), contra as 20 de Jesus em 30 partidas (66,6 por cento).
Cingindo-nos apenas ao Campeonato, Jesus venceu 12 (80%) das 15 jornadas; Veríssimo apenas 11 (58%) – e perdeu 6 (24 por cento), o triplo das derrotas (13,3%) averbadas sob o comando de Jesus, que só empatou uma vez, contra os quatro de Veríssimo; este herdou equipa com média de três golos por jogo na Liga (46 golos marcados em 15 jornadas), fazendo com que esta terminasse com média de apenas 1,68 golos marcados/jogo; no capítulo defensivo, o Benfica de Veríssimo terminou a Liga com 0,94 golos sofridos/jornada, contra os 0,80 golos sofridos/jornada com Jesus.
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