Jonas recordou, em entrevista ao ‘Flashscore’, a passagem pelo Benfica entre 2014 e 2019, frisando que foi nas águias que atravessou a “fase mais bonita da carreira”.
“Fase mais bonita? Com certeza, sem dúvida nenhuma. O Benfica foi o clube onde estive mais tempo, onde ganhei mais títulos e onde tive mais reconhecimento. Claro que hoje já existem muitas coisas que ajudam os jogadores a prolongar a carreira ao mais alto nível. Tudo se modernizou, a parte física, a fisiologia, tudo ajuda. Eu naquela época cheguei com 30 para 31 anos, com muita ambição, mas não imaginava viver tudo aquilo que vivi no Benfica. Fiquei muito feliz e muito grato”, começou por lembrar o antigo avançado brasileiro, que ao serviço das águias apontou 137 golos e contribuiu com 42 assistências em 183 jogos.
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Jonas assumiu ainda que não esperava ter agarrado o estatuto de titular absoluto de forma tão precoce. “Quando cheguei ao Benfica, o Jorge Jesus era o treinador. Tirou o melhor de mim naquele ano. Em dois meses já estava a jogar aquilo que nunca imaginei que pudesse jogar. Eu tinha chegado do Valencia, não tinha feito uma boa pré-temporada, estava a decidir se ficava no clube ou não, estava a treinar um pouco separado da equipa. Chego ao Benfica e ele exigiu tanto da minha parte física, principalmente, que depois dentro de campo parecia que eu estava a flutuar, a voar. É um treinador pelo qual tenho muito carinho, respeito, ajudou-me muito. Se não foi o melhor, está entre os melhores treinadores pelos quais fui treinado. Trabalhei apenas um ano com ele mas desejava que tivessem sido mais”.
Questionado acerca das melhores recordações que tem dos anos que passou de águia ao peito, Jonas, de 39 anos, revelou algumas histórias curiosas. “Não só eu [tenho memórias], também a minha mulher. Às vezes ouvimos uma música e lembramo-nos de Lisboa. Depois há a memória de uma hora muito específica: 12h34. A essa hora, estava a fazer banhos frios, olhava para o relógio e estava lá: 1, 2, 3 e 4. Em sete dias da semana, em quatro deles olhava para o relógio e era essa a hora. Às vezes estou em casa, vamos almoçar, olho para as horas e são 12h34, lembro-me logo do Benfica. E a minha esposa é 19h04. Estamos em casa para jantar, ou noutro local, ela olha para o telemóvel e são 19h04, os tais 1904, ano de fundação do Benfica. Há algumas coisas que até hoje levamos connosco e as boas memórias… fica difícil escolher assim as melhores. Desde a minha chegada até à minha saída, fui muito feliz no Benfica. Até nos momentos mais tristes, como em 2017/2018, quando perdemos o campeonato para o FC Porto, eu sabia que não íamos ganhar sempre. Mas estava num grande clube, numa grande cidade, num grande país, a viver muito bem, ao lado da minha família, a ver as minhas filhas a crescer, elas felizes também. Esse período todo de cinco anos foram apenas coisas boas. Até quando tive as minhas lesões graves, a cervical, coluna lombar, tornozelo, até nesses momentos eu ganhava força. Pensava: ‘Cara, eu estou no paraíso’. Um clube que me dava toda a estrutura para eu recuperar, o carinho do clube e dos adeptos era sensacional”, rematou.
Recorde-se que Jonas viria a colocar um ponto final na carreira em julho de 2019, quando ainda representava o Benfica.
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