Começaram por ser apenas quatro, hoje são 32 espalhadas pelos quatro cantos do país, e fora dele. O projeto Academias Sporting nasceu em 2006 (então sob o nome Escolas Academia Sporting) e transformou-se num gigante que hoje movimenta cerca de 6.500 jogadores. Em 17 anos, 350 futebolistas chegaram às equipas de competição do clube, incluindo ao topo da pirâmide, ou seja, à equipa principal, nomeadamente João Palhinha, que foi campeão no Sporting e saiu, no verão de 2022, por 20 milhões de euros, rumo ao Fulham.
Em entrevista à edição desta semana do jornal ‘Sporting, o gestor do projeto, André Lourenço, lembra que as Academias Sporting mereceram desde a sua génese “uma grande aceitação por parte do público.”

“O projeto desenvolveu-se até aos dias de hoje, encontrando-se num estado de amadurecimento. Neste momento, o desafio é que grande parte dos clubes já tem o seu modelo de formação e certificação implementados, com recursos humanos qualificados, o que vem aumentar a dificuldade e a exigência às 32 Academias Sporting em funcionamento”, admite André Lourenço, destacando aspetos como a expansão da marca e o recrutamento, ou não fossem as Academias Sporting “a base da pirâmide do atual modelo centrado no jogador”.

“Temos cerca de 6.500 atletas no projeto, o que permite que haja um recrutamento das nossas equipas masculinas e femininas. Desde o início, já tivemos mais de 350 que integraram as nossas equipas de competição, incluindo alguns que até chegaram à equipa principal, como o João Palhinha. Outros não chegaram a estrear-se pela equipa principal, mas foram transacionados antes, permitindo algum encaixe financeiro. Existem, neste momento, alguns atletas que foram recrutados às Academias Sporting e que se encontram numa fase final do processo formativo na Academia Cristiano Ronaldo, como o Rodrigo Ribeiro ou o Diogo Travassos, que até já trabalharam com a equipa principal. No panorama internacional, a expansão da marca e o recrutamento têm também a sua importância, uma vez que foi através da Academia Sporting de Toronto que recrutámos Lucas Dias, aos 12 anos, que também se encontra neste momento na fase final da sua formação desportiva na Academia Cristiano Ronaldo”, exemplifica o responsável leonino.

Formação contínua e obrigatória

Cinco das 32 Academias atuais são geridas e controladas na íntegra pelo Sporting (Aurélio Pereira, Esmoriz, Olivais Sul, PaRK e Setúbal) e André Lourenço revela que a ideia passa por expandir este modelo “para distritos onde seja identificado potencial de scouting de jogadores com talento”. A identificação do talento, de resto, não se esgota nos jogadores. Pedro Coelho, atual treinador dos sub-19, também passou pelas Academias Sporting.

“A metodologia de ensino Sporting utilizada nas Academias é a mesma que é utilizada no Polo EUL e na Academia Cristiano Ronaldo, pois acreditamos que este modelo de ensino é o mais ajustado às necessidades das crianças. Existe um plano formativo para desenvolver treinadores para que os mesmos operacionalizem as ideias metodológicas que o Sporting preconiza para as diferentes idades. Existem formações obrigatórias que todos os treinadores são obrigados a realizar e outras formações complementares, nas mais diversas áreas, que permitem um aumento de conhecimento multidisciplinar. Durante o mês de dezembro, por exemplo, o nosso departamento de nutrição da Academia Cristiano Ronaldo vai realizar uma formação aberta a todos os encarregados de educação para explicar alguns fundamentos que consideramos vitais nesta área para as crianças”, acrescenta André Lourenço.

“Todos podem jogar futebol dentro dos valores e da missão do Sporting, um clube centenário que tem na formação um pilar. É um projeto muito diferenciador e à imagem do Sporting”, conclui.

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Este artigo foi originalmente publicado neste website

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