Na sequência do desfecho da Assembleia Geral da SAD do Sporting, na qual foi votada com 99,98% votos a favor da consumação da operação de Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC) recomprados no passado mês de dezembro ao Novo Banco, numa operação financeira que deixou 88% da SAD nas mãos do clube, o presidente da MAG da sociedade, Bernardo Ayala, apontou os pontos positivos desta situação, explicando o que considera ser um “momento histórico” para os verdes e brancos, tal como havia referido o presidente da direção, Frederico Varandas.
“A aquisição dos VMOC’s ao Millenium e ao Novo Banco permite que o Sporting fique totalmente liberto de dívida a bancos. E isso é uma bênção por si só. Não só porque a dívida à bancada é uma dívida que envolve outro tipo de responsabilidade e exigência mas também porque o acordo que existia com os bancos, e isto é público, criava muitas limitações de manobra ao Sporting, designadamente relativamente a receitas extraordinárias. A circunstância permitiu retirar dois bancos grandes e relevantes do universo de credores do Sporting. É um facto importante e que dá uma agilidade de gestão que não tinha até agora. É um passo necessário que o Sporting fique com 88% do capital da SAD e isso permite ponderar um conjunto de operações estratégicas para o futuro”, explicou o líder da MAG da SAD, referindo a maneira como foi abordado o tema na reunião magna: “Houve perguntas e respostas sobre a antecipação do prazo de conversão das VMOC, não houve perguntas sobre o empréstimo obrigacionista. Mas nenhuma delas questionando a filosofia da operação, mas sim sobre o detalhe da operação. Parece que é uma operação tranquila para o universo de accionistas da SAD.”
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Além disso, a AG desta terça-feira na SAD dos verdes e brancos votou ainda a favor por maioria (também num registo de 99,98%) a questão em torno de um novo empréstimo obrigacionista de 50 milhões de euros a ser lançado até final do presente ano. Recorde-se que a intenção da SAD leonina passa por preparar de forma antecipada o refinanciamento do empréstimo obrigacionista que vence no final deste ano, e que havia sido lançado em novembro de 2021, resultando num encaixe de 40 milhões de euros.
Nesse sentido, Bernardo Ayala garantiu que não foram colocadas questões acerca do tema em torno do empréstimo obrigacionista que se segue na reunião magna desta terça-feira, apesar de não deixar de apontar de que forma esta operação financeira pode ajudar o Sporting em termos de futuro a médio e longo prazo. “Empréstimo obrigacionista permite segurar jogadores? O empréstimo obrigacionista não serve para esse propósito, em princípio. O valor máximo aprovado é de 50 milhões [de euros] e destina-se essencialmente a gestão corrente da SAD. Destina-se a cumprir alguma tranquilidade de tesoureira – não que ela não existisse sem o empréstimo obrigacionista -, mas sendo ele aprovado e havendo outros em curso, a ideia é utilizá-lo para gestão corrente. E não usar esse valor para fazer aquisições ou segurar jogadores”, começou por defender.
De resto, tendo isso em conta, o presidente da MAG da SAD do Sporting perspetivou ainda que, tanto o aumento do capital social na SAD por parte do emblema verde e branco como o empréstimo obrigacionista que se segue – o qual, porém, deve conceder uma margem reduzida de lucro e servirá para cobrir o empréstimo anterior – ajudarão à construção do plantel liderado por Rúben Amorim.
“Não me compete tomar essas decisões. A resposta é sim, porque verifico que há muito maior conforto financeiro hoje em dia do que aquele que havia há algum tempo. É evidente que esse maior conforto financeiro permite fazer coisas que estavam fora do alcance, desde uma gestão mãos equilibrada, rigorosa e com menos pressão da equipa do futebol, até investimentos logísticos no estádio. A folga neste momento é outra. O mercado português é com limitações, mas o passos que se deram com esta negociação são os que permitem um conforto muito relevante”, apontou Bernardo Ayala.
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