Sérgio Conceição faz esta segunda-feira a antevisão ao jogo com o Estoril, encontro dos oitavos de final da Taça de Portugal agendado para amanhã às 20h45.
Que FCP podemos esperar depois dos outros jogos com o Estoril? “O FC Porto a fazer coisas diferentes do que fez nesses jogos, principalmete no da Taça da Liga. No campeonato em casa tivemos muitas situações para ganhar, mas o que conta são as bolas dento da baliza e o que não se sofre. Mas fazer mais do que fizemos nos últimos jogos com o Estoril”.
No jogo com o Boavista, analisou o lance com Eustáquio, considera que devia ter sido marcado penálti? FC Porto tem ou não necessidade de reajustar o plantel? “Os lances nos jogos passados são vistos e revistos por toda a gente, não há que falar nisso, mas sim desejar à equipa de arbitragem que seja feliz no jogo de amanhã. Em relação às portas do Olival, estão toda a noite abertas, começamos a chegar às 7 horas, é o trabalho diário que fazemos aqui”.
Insatisfação dos adeptos teve efeitos nos jogadores e equipa técnica? “O apoio dos adeptos é fundamental e tem sido total ao longo da época. Estou aqui há 30 e tal anos e sempre foi igual. Muito apaixonados pelo clube, querem vitórias em todos os jogos… Sabemos que é assim. Não deixaram de nos apoiar no último jogo, isso é de louvar e é isso que esperamos amanhã na Amoreira. O jogador tem ouvir aplausos, alguns assobios, alguns nomes que saem da bancada, é natural de adeptos apaixonados que gostam do clube. Não é só no FC Porto, quando se ganha é tudo bom, quando se perde nem tanto”.
FC Porto tem de fazer coisas diferentes, quais são essas coisas? Que falhou nos jogos com o Estoril? “Falo do último jogo da Taça da Liga, a atitude competitiva que temos de ter, tem de estar sempre presente porque senão os adversários conseguem equilibrar os jogos. No jogo com o Boavista, muito agressivo, muito organizado defensivamente, num bloco mais baixo, ocupando o seu terço defensivo, o que não aconteceu nos outros jogos, com o Gil Vicente e com o V. Guimarães. As equipas mudam, os treinadores têm as suas estratégias e nós só temos de ser fiéis ao que somos. Se a atitude estiver lá, a boa agressividade no jogo, disputa constante pela bola, presente nos duelos ofensivos e defensivos, isso faz depois a diferença. Quem ganha mais duelos no jogo ganha os jogos. Essa é a base. Depois temos de ter uma outra situação no nosso jogo para tentar explorar algumas fragilidades do Estoril e ter atenção em algumas situações que nos criaram problemas. O Estorl tem um grupo de jogadores com qualidade, a verdade é que só perderam com o Sp. Braga e o Sporting desde outubro. Nós temos de pensar em tudo isso, nas tarefas que cada um tem de ter para sermos mais competentes”.
Nico González: sente que está num patamar que lhe pode dar os minutos que desejava? “Faz parte do percurso. O processo de adaptação, evolução do jogador, sou eu e a equipa técnica que avaliamos diariamente. Ando aqui há muito tempo, não sou cego. O Ivan Jaime, por exemplo, não fez pré-época. Quando o metemos ao nível dos colegas magoou-se. Meter o Ivan Jaime para depois de 20 minutos não poder jogar mais… As pessoas não sabem de alguns pormenores que se passam aqui. Quando eles estão prontos, a reagir bem, a treinar sem nenhuma limitação, quando percebem o que queremos deles, aí fica mais fácil metê-los na equipa. Uma coisa é ter contratações, outra são reforços. São reforços a seu tempo. Gostaria de ter Messi e Ronaldo no seu melhor, esses seriam reforços. Não é só no FC Porto, é em todas as equipas. Sei que o adepto tem muita pressa porque noutras equipas esses jogadores davam respostas positivas, mas aqui no FC Porto é diferente. Com todo o respeito pelo Famalicão, o Nico veio do Famalicão, o Nico do Barcelona, onde jogava pouco. Metê-los porque somos simpáticos ou um jovem porque vem da equipa B? Não é por aí. Olho para os melhores, para os treinos. Todos podem ter vontade de ganhar, mas não têm mais do que eu”.
Após o jogo com o Boavista, como avalia atual momento da equipa? “Não vou falar das 17 vitórias seguidas na Taça, mas podia falar. Há coisas a melhorar, claro que sim. Por isso somos eternos insatisfeitos, podemos fazer mais e melhor. Se as oportunidades tivessem entrado, se tivessemos ganho 3 ou 4-1 no Bessa, se calhar não tínhamos os ‘palhaços joguem à bola’ que tivemos no final do jogo. Faz parte. O futebol é isso. Queremos estar em primeiro, mas somos das 16 melhores equipas da Europa. Queríamos estar na final four, na liderança do campeonato, mas a verdade é que estamos a 5 pontos. Com isto não quero dizer que a exigência é menos amanhã”.
(em atualização)
Este artigo foi originalmente publicado neste website