O empresário César Boaventura negou durante o depoimento que prestou no Tribunal de Matosinhos ter aliciado os jogadores Lionn, Marcelo, Cássio e Salin para favorecerem o Benfica na época 2015/16, mas reconheceu que reuniu-se com dois deles no sentido de lhes apresentar propostas para representar outros clubes e alegou que “os jogadores ganham muito mais dinheiro com apostas desportivas do que em salários” como um dos motivos para ter surgido este caso de aliciamento.

“Há uma realidade escondida em Portugal. O contrato de um jogador médio oscila entre os 100 mil euros e 150 mil euros por ano, mas se os jogadores são apostadores podem ganhar muito mais dinheiro em apostas desportivas extra futebol do que nos respectivos clubes. Por isso acho que os jogadores não têm problemas em prejudicar as próprias equipas em benefício de outras. É o chamado Match-fixing, como aconteceu no Feirense-Rio Ave em 2017”, comentou César Boaventura, para logo de seguida esclarecer a sua versão sobre o relacionamento com os quatro jogadores em questão.

Lionn

“É uma completa mentira qualquer aliciamento. A única vez em que estive pessoalmente com o Lionn foi na discoteca Pacha, em Ofir. Foi em 2014, uns dois anos antes do jogo com o Benfica em questão. Esse suposto aliciamento de 80 a 100 mil euros não faz qualquer sentido e o Lionn nunca me despertou interesse profissional pela sua cotação, porque um agente trabalha para ganhar dinheiro com a venda de jogadores e ele não me proporcionaria um negócio interessante”.

Cássio

“Nunca falei com o Cássio pessoalmente, nem por telefone ou por SMS, mas estive atento ao seu depoimento aqui no tribunal e ele mentiu porque disse que se encontrou comigo no sentido de estar em final de contrato e de lhe arranjar uma proposta, quando na verdade nessa altura o Cássio tinha acabado de renovar pelo Rio Ave”.

Marcelo

“A primeira vez que falei com o Marcelo foi no dia 5 de julho de 2017 e dois dias depois fui jantar com ele porque tinha uma proposta do Alavés para o contratar. O Rio Ave aceitou o negócio, o Marcelo também aceitou o negócio, mas o mesmo não avançou porque o jogador não tinha passaporte comunitário”.

Salin

“Liguei ao Edgar Costa, capitão do Marítimo, para me arranjar um encontro com o Salin. Fui à Madeira e encontrei-me com o Salin em casa dele sete dias antes do jogo Marítimo-Benfica. Apresentei-lhe uma proposta do Sivasspor, da Turquia, em que iria ganhar 300 mil euros limpos por ano. O jogador pediu-me para aguardar porque se fizesse um bom jogo frente ao Benfica poderia ter boas propostas. Curiosamente e posteriormente, tanto o Marcelo como o Salin acabaram por ir jogar para o Sporting”.

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Este artigo foi originalmente publicado neste website

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