O coletivo de juízes que dirigiu o julgamento do processo de aliciamento a jogadores de Rio Ave e Marítimo em favor do Benfica, no qual César Boaventura foi condenado a 3 anos e 4 meses de prisão com pena suspensa, deu como provada a existência de uma relação próxima do agente de jogadores com Luís Filipe Vieira, tanto pessoal como profissionalmente. De recordar que o Benfica não esteve implicado no processo por não se ter provado que o agente tenha agido em comunhão com os responsáveis do clube da Luz.
A menção foi feita aquando da leitura da súmula da sentença, segundo a qual foi também provada a realização de contactos de César Boaventura com Lionn, então jogador do Rio Ave, propondo-lhe, num primeiro momento, o pagamento de 80 mil euros e, mais tarde, de 100 mil euros. Foi também dada como provada uma oferta de 60 mil euros feita a Cássio e outra a Marcelo, igualmente dos rioavistas, sendo que, no caso de Salin, então guardião do Marítimo, foi-lhe proposto um contrato na liga turca com um salário anual de 300 mil euros.
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Disse o tribunal que a intenção de influenciar os jogadores por parte de César Boaventura era efetiva, com o agora condenado a prometer bens indevidos, ilegítimos e, portanto, a praticar corrupção. Um dos dados que atenuou a medida da pena de prisão aplicada foi, diga-se, o facto de ter ficado estabelecido que, não obstante as tentativas, as mesmas não tiveram efeitos práticos nos jogos de futebol que se relacionaram com as ações do empresário.
Por João Albuquerque
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