Zlatko Zahovic chegou ao Vitória de Guimarães em 1993, passaram 30 anos e o antigo médio ofensivo continua a manifestar a sua profunda ligação ao emblema vimaranense.
«Fui muito feliz em Guimarães. Devo muito da minha carreira a esses anos em que representei o Vitória», afirmou.
O Vitória de Guimarães jogou em Celje na passada quinta-feira, mas Zlatko Zahovic , que mora em Maribor, cidade que fica a poucos quilómetros de Celje, não teve oportunidade de visitar a comitiva nem de assistir ao jogo por estar a recuperar de intervenção cirúrgica.
«Fiquei muito triste. Só em sonhos imaginava ter o meu clube do coração tão próximo de mim e depois não pude lá aparecer. Espero recuperar bem e, à primeira oportunidade, vou a Guimarães para assistir a um jogo naquele belo Estádio do D. Afonso Henriques. Tenho muitas saudades do clube e de Guimarães. É incrível por causa dos seus adeptos. Fazem ambientes incríveis naquele estádio», afirmou ao site dos vitorianos.
«Fui muito feliz em Guimarães. O povo é muito parecido com o de Maribor, a minha cidade natal. São pessoas de sangue quente e torcem pelo clube até à morte. É difícil explicar e é um privilégio sentir isso. Devo muito da minha carreira a esses anos em que representei o Vitória. Era muito jovem, mas adaptei-me muito facilmente àquela terra e ao futebol português. Sempre acreditaram em mim, incluindo nos dias difíceis, e tudo deu certo», disse.
A memória dos anos no castelo mantém-se viva: «Enquanto representei o Vitória, durante três épocas, o clube teve sempre grandes equipas e grandes jogadores. Em casa, na Luz, em Alvalade ou no Dragão, era sempre um adversário muito forte e tornava incertos os resultados. Tínhamos Vítor Paneira, Neno, Capucho, Quim Berto, Zé Carlos, Gilmar, Dane, Pedro Barbosa, Brassard, Dimas… Até tenho medo de me esquecer de alguns, porque eram todos muito bons. Havia qualidade em todos os setores da equipa».
E lembra um triunfo por 3-2 frente ao FC Porto, em 1995/1996, que lhe ficou registado na memória: «Aconteceu nas Antas e estragámos a festa do FC Porto, com um golo meu no último minuto. O FC Porto já tinha o título de campeão nacional na mão e queria celebrar isso com uma vitória em casa, mas não lhes demos essa possibilidade. Era o FC Porto de Bobby Robson e José Mourinho. Num estádio cheio, tivemos muita personalidade. O nosso treinador era o Jaime Pacheco, o grande Pacheco. Era ainda um jovem e transmitia-nos muita energia.»
Apesar das transformações que foram dando no mundo do futebol, incluindo nos clubes nacionais, para Zahovic há uma coisa que se mantém: «O Vitória deparou-se com problemas financeiros durante algum tempo e atrasou-se um bocado. Mas há uma coisa que jamais mudará em Portugal, só há quatro grandes, sendo o Vitória um desses clubes. Isso nunca mudará. Isso não vai mudar nunca.»
Fonte: Jornal A Bola