Roger Schmidt já viu chegar e sair muitos jogadores desde o verão de 2022, quando começou a liderar o Benfica, mas recusa a ideia defendida pelo presidente, de que nunca teve, como agora, um plantel tão “valioso”. O técnico, “não viu a entrevista” de Rui Costa à BTV e até duvida dessas palavras, mas mostrou ser mais pragmático e defende que no final de contas o que mostra se a equipa é melhor ou pior são os títulos conquistados.
“Os plantéis são diferentes. Na última época tínhamos uma excelente equipa, e, na presente temporada, também temos uma excelente equipa. Vamos ver no final da época. Na última fomos campeões e vamos tentar neste ano voltar a conquistar o título. Toda a gente sabe que é difícil comparar equipas. Se recordarmos os jogadores que saíram no último ano e meio, temos uma equipa quase nova que tivemos de construir. No final de contas, tudo se baseia nos títulos conquistados. No ano passado fomos campeões e vamos tentar o nosso melhor para ser de novo”, apontou, na antevisão ao encontro com o V. Guimarães.
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Já relativamente a Aursnes, outro tema abordado na entrevista pelo presidente dos encarnados, o técnico das águias mostrou uma maior concordância relativamente à importância do norueguês na equipa. “Vejo-o como um jogador flexível, penso que é a melhor descrição para ele. É importante para nós, e para mim como treinador, ter um jogador com estas características, especialmente no último mês, com alguns jogadores lesionados em que foi preciso encontrar soluções. Mostrou, mais uma vez, que pode ser muito bom a substituir jogadores em diferentes posições. É de um nível de topo”, anotou Schmidt, explicando o que torna Aursnes num jogador diferenciado: “É qualidade, inteligência tática e mentalidade, porque, se os jogadores não estiverem abertos, não conseguirão alcançar o que alcançam. Nas próximas semanas veremos onde precisaremos dele, mas precisamos dele.”
Rafa terá sempre a última palavra
Roger Schmidt voltou a ser questionado sobre o futuro de Rafa e, mais uma vez, vincou que a definição do futuro é uma decisão que está nas mãos do jogador. “A porta está sempre aberta até ao final da época, e, se sair, a porta continuará aberta. A decisão é dele porque está numa idade onde temos de respeitar o que ele quer. É claro que o presidente, eu, os colegas e os fãs querem que ele fique, mas a sua decisão tem de ser respeitada”, reforçou o treinador, depois de Rui Costa ter referido que ainda existe a expectativa de o avançado dos encarnados poder renovar contrato. “Vamos ver o que isto vai dar até ao final da época”, afirmou o presidente dos encarnados, em entrevista à BTV, onde deu conta que o avançado português, tal como Di María, “abdicaram de muitos milhões de euros” para estarem na Luz esta temporada.
Adversário de topo pela frente
O Benfica desloca-se hoje ao terreno do V. Guimarães, equipa que Schmidt apelida de “topo”, tal como apelida o ambiente que se vive no reduto dos vimaranenses. Nada que retire a confiança ao líder das águias, pois frisa que a equipa que orienta está a “atravessar um momento muito bom”.
“Têm muitos jogadores na frente, com qualidade. O estilo de jogo é o típico de muitas equipas em Portugal, com uma linha de cinco e alas ofensivos. Têm bons jogadores para este tipo de futebol”, reforçou, antes de explicar o que espera dos encarnados. “Temos de estar bem em termos de posse de bola, de pressionar. Atravessamos um momento muito bom e queremos um bom jogo da nossa parte. Temos de jogar bom futebol, trabalhar bastante e lutar pelos três pontos”, frisou.
Arthur Cabral tem potencial para mais
Arthur Cabral ficou algo aquém das expectativas no arranque da temporada, mas os três golos marcados nos últimos três jogos provam que conseguiu virar a página e que está a atravessar uma fase positiva. Apesar disso, Schmidt acredita que o avançado ainda pode continuar a evoluir.
“Está a marcar e isso é crucial para um ponta-de-lança. Estou muito feliz pelos golos que tem marcado, porque são importantes para nós. O que observamos é que tem ganho automatismos com os companheiros que o rodeiam e que está a atacar melhor a profundidade. Acho que ainda há muito potencial de crescimento, porque ele teve de mudar completamente o seu estilo de jogo”, assinalou o técnico, admitindo que as características do brasileiro não eram adequadas para o sistema de jogo das águias.
“Era um avançado mais posicional e, no nosso sistema, tem de ser mais flexível e envolver-se em combinações, além de participar na pressão. Isso é novo para ele, mas é importante ver que ele está a dar o seu melhor para se adaptar”, explicou. Apesar dos elogios ao brasileiro, o técnico das águias recusa que Arthur Cabral tenha lugar cativo no onze. “Com o Marcos Leonardo e o regresso do Tengstedt, temos mais dois avançados que já mostraram qualidade. Vamos precisar de todos e não é o momento adequado para fazer balanços”, referiu.
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