Pinto da Costa discursou aos sócios no final da Assembleia Geral do FC Porto:
“Ficou hoje aqui demonstrado que o clube é dos sócios, dos que votam a favor, dos que se abstêm e dos que votam contra. O clube é dos sócios. A todos os que vieram aqui hoje, queria cumprimentar e agradecer por esta grande fornada de vitalidade. Naturalmente que ela não vai dar para alimentar as televisões e os jornais, mas embora o Correio da Manhã hoje à tarde tenha avisado que ia acompanhar esta Assembleia de segundo a segundo, de certeza que não vão usar muitos minutos porque não têm com que nada denegrir a imagem do FC Porto.
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“Queria agradecer ao Senhor Doutor Luís Pereira a análise que fez e o que nos transmitiu. Ao Senhor Alcino Sousa, que falou da minha idade e que uma perna pede licença à outra, eu devo lhe dizer que, apesar da minha idade, nunca vim a uma Assembleia Geral falar com um papel à frente. Enquanto conseguir andar e a minha perna pedir licença à outra, não sou um boneco de matraquilhos. Ao Senhor Doutor Martins Soares, que foi meu opositor duas vezes nas eleições, que demonstrou sempre um amor ao FC Porto indiscutível (…). Tenho muito orgulho em tê-lo tido como adversário pela sua postura sempre ao serviço do FC Porto. O outro adversário que eu tive nas eleições foi o Senhor Doutor Nuno Lobo, que marcou aqui presença hoje como portista que é, de facto, e mostrou um sentido de estado, digamos assim, um sentido que não é de terra queimada, um sentido de que não quer alimentar as Bolas, os Records, e os Correios da Manhã e absteve-se nesta votação.”
“O Senhor Doutor Angelino Ferreira está muito preocupado com o futuro do FC Porto, sempre esteve. Eu lembro-me, lembrar-se-á também, embora tenha dito já que não, que quando eu tive a ideia em boa hora de avançar com o Museu, disse-me que isso era um tufão que ia passar pelo FC Porto e eu respondi-lhe que tufão só conhecia aquele da telenovela que estava a decorrer nessa altura. Ó Fernando Madureira, eu não vi o que o Fernando Moreira disse porque tive que ir lá fora, mas há uma coisa que eu quero aqui dizer publicamente. Cheguei ao FC Porto como presidente porque ao FC Porto, como associado, cheguei há 70 anos e como dirigente so u-o desde 1962. Queria dizer que em todas as alturas, o Fernando Madureira foi um guarda pretoriano do FC Porto. Muitos beneficiaram dessa farda, beneficiaram desse amor ao FC Porto, beneficiaram do apoio que sempre dá às nossas equipas, seja qual for o treinador. Obrigado, Fernando Madureira.”
“O Senhor Henrique Ramos, que na última Assembleia involuntariamente participação na confusão que se gerou veio hoje aqui calmamente dizer o que pensa na maior liberdade que todos têm. Aqueles que escrevem que o FC Porto é uma ditadura, eu não sei se eles queriam dizer dentadura, mas dizem ditadura, ele veio hoje aqui provar serenamente que todos podem falar, todos podem criticar e todos podem dizer o que lhes vai na alma.”
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