Palavras de Bojan Krkic, antigo extremo do Barcelona, em entrevista ao jornal As.
Outrora uma grande promessa do Barcelona, Bojan Krkic acabou por não conseguir fazer jus ao sucesso que lhe era apontado quando pertencia à academia catalã, tendo passado ainda assim por clubes como a Roma, Milan, Ajax e Stoke City depois de ter deixado Camp Nou, em 2011.
No ano passado, o antigo extremo espanhol decidiu terminar a carreira de jogador, aos 32 anos, sendo atualmente coordenador da formação do Barcelona. Esta sexta-feira, no âmbito de um documentário sobre a sua carreira, Bojan concedeu uma entrevista ao jornal As, na qual começou por explicar esse projeto.
“Era algo que sempre quis fazer, para transferir as minhas vivências enquanto jogador. Aquilo que as pessoas pensam é muito bonito, mas há sofrimento e esforço. Queria explicar o que vivi e o porquê das minhas decisões, dando uma mensagem positiva. Não é um documentário só para adeptos de futebol, vai mais além, fala de situações pessoais e ensina que Messi não é o exemplo”, começou por explicar.
Perante a surpresa do jornalista com a parte final da sua resposta, Bojan elaborou: “Nem Messi nem [Cristiano] Ronaldo nem Rafa Nadal são casos vulgares, eles não podem ser exemplos para os jovens. São extraordinários. O sucesso não é isso, só lhes vai acontecer a eles. O sucesso pode ser aplicado a muitos cenários”.
“Para mim, Sergio Canales [médio espanhol do Monterrey] é um desportista de sucesso, porque partiu o joelho três vezes e chegou à seleção. Joselu, com 33 anos, chegou ao Real Madrid. Essas situações são de sucesso”, acrescentou.
Questionado sobre se o seu exemplo pode ser classificado como de sucesso, tendo em conta o que prometeu enquanto jovem, Bojan admitiu que poderia ter feito mais no futebol, mas salientou o orgulho que sente pelo registo que conseguiu deixar.
“A minha história tem a mensagem de que marquei 84 golos na primeira divisão [espanhola]. Talvez pudesse ter marcado 200, mas vou valorizar o esforço que fiz para atingir esses 84 e não vou pensar nos 200 que não marquei. Se dei valor a esses golos quando jogava? Não, não tinha a experiência ou as ferramentas para isso. São as expectativas e os rótulos que te marcam no desporto de elite, o que é algo muito difícil de lidar. Isso implica tempo, é um processo que não entendes quando és jovem e eu entendi-o mais tarde”, concluiu.
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