Naturalmente satisfeita pela vitória do Benfica sobre o Eintracht Frankfurt, por 1-0, Filipa Patão enalteceu a crença das suas pupilas na vitória e revelou ainda aquilo que lhes disse ao intervalo no Estádio da Luz, numa altura na qual o marcador estava a zeros.
“Elas sempre acreditaram, desde o início da época, que era possível fazer este resultado perante este tipo de equipas. Vou revelar uma coisa que disse ao intervalo, que se calhar é o melhor que posso dizer-vos para compreenderem o que foi para mim estar orgulhosa, mas acima de tudo ser exigente: a primeira coisa que lhes disse foi ‘não está bem, porque não estamos a conseguir fazer golo, e se continuarmos com o pensamento de que isto basta, estamos no quase e nunca vamos sair do quase’. Neste momento, o meu sentimento é de satisfeita, mas já a pensar no próximo [jogo], porque nada está ganho.
Questionada sobre se considera estar perante a mais importante vitória de um clube português na Liga dos Campeões feminina, Patão não tem a mesma opinião. “Estamos no percurso, as melhores coisas ainda estão por vir, se continuarmos a ser competentes poderá ser esta época, se não o formos, iremos crescer e mais uma vez perceber o que é preciso fazer para ir mais além. Continuo a achar que esta é apenas uma fase e um patamar de um percurso a que queremos chegar.
Onde queremos chegar não é só aos ‘quartos’, temos ambições. Portugal tem ambições e o futebol feminino português também e nunca vamos olhar para as coisas de outra forma se não formos ambiciosos. Na minha opinião, é um momento importante, não é histórico, porque ainda não atingimos nada, nem conquistámos nada, ainda não passámos aos quartos de final. Queremos fazê-lo e sabemos que ainda faltam três jogos. O ‘a seguir’ é a seguir, pensamos jogo a jogo e o jogo com o Vilaverdense é muito importante também para nós.”
A fechar, a técnica abordou o momento do golo, que surgiu logo após a primeira substituição. “Correu bem. Se tivesse corrido mal, as decisões tinham sido péssimas. É aquilo que o treinador decide na altura. Felizmente, correu bem, mas as ideias estavam lá, podia ter corrido mal que eu acharia que as ideias são aquelas e é por aqui que temos de ir principalmente pela nossa ideia de jogo, o nosso modelo de jogo e a forma como olhamos para o jogo e isso não vamos mudar”.
Jogadoras orgulhosas e com ambição
Christy Ucheibe: “Onde a treinadora me colocar a jogar, sinto-me confiante a jogar, exceto talvez como guarda-redes [risos]. Para onde for chamada para jogar, eu vou ajudar a equipa e jogar. Não vamos prestar atenção às outras equipas, só precisamos de prestar atenção a nós próprias. Na próxima semana, contra o Frankfurt, vamos dar o nosso melhor como fizemos hoje”.
Marie Alidou: “Todas nós jogámos de forma coletiva e o golo que marquei não foi só porque eu rematei a bola. Depois disso, recuperei bolas e ajudei a defesa. De uma forma otimista, penso que estamos muito perto de nos qualificarmos para a próxima fase e ultrapassarmos esta fase de grupos. Por isso, temos de acreditar, sabemos que temos jogadoras fortes na equipa e somos capazes de jogar muito bem. Será uma questão de acreditarmos e jogarmos bem”.
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