O treinador do Arouca, Daniel Sousa, fez este domingo a antevisão ao duelo com o FC Porto, agendado para esta segunda-feira (20h15), no Municipal de Arouca. No lançamento da partida, o técnico elogiou a consolidação do jogo azul e branco e afirmou que o facto de não poder estar no banco, devido a castigo, não terá influência.
Bom momento do Arouca que vem de três vitórias consecutivas: “Da mesma forma que quando tivemos uma sequência menos positiva, eu referi que a sequência vale o que vale, ou seja, o que vale é aquilo que acontece no jogo e durante a semana. Aquilo que vale para este jogo é também aquilo que acontece durante a semana de preparação e aquilo que vamos apresentar em campo. A partir daí é que fazemos uma avaliação, porque motivação extra para atingir um resultado que é histórico, uma série inédita, não é isso que procuramos. Procuramos resultados em todos os jogos, as coisas estão a acontecer, felizmente, e graças ao trabalho de todos os jogadores. Não utilizamos isso no nosso discurso porque da mesma forma que pode funcionar de uma forma positiva, eventualmente também poderia funcionar de forma negativa quando as coisas não acontecem dessa forma.”
Que debilidades vê neste FC Porto que pode explorar para vencer o jogo? “É um FC Porto que está muito forte, talvez no melhor momento da época, ainda que o resultado no último jogo não tenha sido o que procuravam certamente, mas o jogo foi bastante bom. Conseguiu criar bastantes oportunidades e com um estilo de jogo que tem vindo a assentar, sobretudo nestes últimos três/quatro jogos. Seguramente vamos manter o nosso registo e eles vem cá para, seguramente, procurar explorar aquilo que é as nossas características, como o espaço nas costas, que sabemos que vão tentar procurar esse espaço como o Benfica fez. Tem velocidade na frente quer do Galeno quer do Francisco [Conceição], tem o um para um nas alas, ou seja, tem um conjunto de coisas que são mais-valias para o jogo deles e que tem vindo a consolidar-se naquilo que é a nossa análise ao longo destes últimos três/quatro jogos.”
De que forma pode o Arouca ferir o FC Porto? “Temos de ser iguais ao que temos sido até agora porque abandonar aquilo que somos está completamente fora de hipótese. A nossa luta e o nosso objetivo é consolidar uma personalidade e mostrá-la em que campo for. É isso que tenho falado desde o início. Não vamos mudar o registo, mas temos de ter concentração total, sabemos que qualquer falha, qualquer descuido ou desatenção pode custar caro e isso é uma das grandes diferenças de equipas que estão a lutar por outros objetivos.”
Falou em melhor momento do FC Porto, mas empataram no último jogo e tiveram o encontro da Taça de Portugal interrompido. Acredita que isso aumenta as hipóteses do Arouca? “Não foi por isso. Porque aquilo que queria dizer com o melhor momento também tem a ver com o jogo em si, com aquilo que estão a fazer em termos de jogo. Parece-me, e mais uma vez isto é a nossa opinião e análise com a qual podem discordar à vontade, que aquilo que analisamos é que é um FC Porto mais consolidado em termos de algumas dinâmicas bastante interessantes ofensiva e defensivamente. É a isso que me refiro em relação ao momento de forma do FC Porto no jogo. Obviamente que o resultado neste último jogo não acompanhou, mas o futebol e a qualidade estiveram lá.”
Que FC Porto espera? “Um FC Porto sólido na organização do jogo, com vontade de procurar e com a necessidade dos três pontos para se manter na luta dos três da frente. Vai ser um FC Porto agressivo e intenso como é apanágio das equipas do Sérgio [Conceição].”
Não vai estar no banco frente ao FC Porto. Pode ter algum peso no comportamento dos jogadores? “Não tem influência. O que teria influência seria se me tirassem durante a semana porque durante a semana temos que organizar os treinos, operacionalizar os treinos e isso faria a diferença. Agora, no dia do jogo as coisas já tem que estar mais do que preparadas. Obviamente preferia lá estar, sem dúvida, porque há sempre um ou outro ajuste, mas o meu staff está mais do que preparado para fazer também, se assim for necessário, por isso, não há problema. A realidade é que o jogo continua a ser dos jogadores e vai ser sempre dos jogadores. Não é nem dos treinadores nem dos dirigentes nem de tudo o que há à volta do campo.”
Tem-se falado da introdução de um cartão azul. O que acha? “É uma coisa que já foi falada há uns tempos atrás. Eu sou muito contra tudo aquilo que possa alterar aquilo que é a natureza do jogo. Falando até em relação a outras medidas, como o VAR na altura, não tinha uma opinião muito favorável, mas ajuda a clarificar muitas situações que, por vezes, são duvidosas, só que altera um bocadinho a natureza do jogo. A natureza do jogo, por vezes, também tem uma parte de engano, de matreirice, que faz parte do jogo. Não quero dizer que isto tem de ser o jogo. Com o VAR não teria existido “a Mão de Deus” do Maradona e é um momento icónico do futebol. Por isso, não sou muito favorável a tudo o que seja a introdução de medidas que possam alterar aquilo que é a natureza do jogo.”
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