Daniel Sousa fez, esta sexta-feira, a sua antevisão ao jogo com o Benfica de amanhã e referente à 16.ª jornada da Liga Betclic (18 horas). O treinador do Arouca falou do bom momento que as duas equipas atravessam, mas promete não mudar uma vírgula ao plano de jogo por o adversário ser o campeão nacional. “A responsabilidade passa por procurar os três pontos”, indicou o treinador que ainda não perdeu desde que assumiu o comando técnico dos lobos.
Carregando nos elogios ao coletivo do Arouca, também individualizou para falar de Mújica e Tiago Esgaio, confirmando a ausência, por lesão, de Weveron e revelando a inclusão nos convocados do seu primeiro reforço de inverno, Hamache.
Clima de euforia: “O que é diferente em relação aos outros jogos foi a lotação ter esgotado e todo o interesse mediático do jogo. A responsabilidade é a mesma, não tem a ver com aquilo que está para trás, tem a ver com onde temos de chegar. Isso é que muda, o mediatismo à volta do jogo, mais do que as emoções dos jogadores. A responsabilidade é a mesma dos outros jogos e passa por procurar os três pontos.”
O Benfica vai sofrer? “Vamos continuar no mesmo registo do jogo, não vamos mudar em função do adversário, seja ele quem for. Vamos procurar fazer o nosso jogo, sabemos que ainda temos muita coisa para melhorar, apesar de os resultados terem sido bastante positivos. Trabalhámos bem esta semana, para melhorar essas coisas. Amanhã vai servir para aferir esses conteúdos e perceber se o trabalho teve o resultado pretendido. “
Duas equipas em bom momento: “Esperamos todos que seja um bom jogo. Pretendemos dar continuidade, temos a nossa responsabilidade de ganhar como em todos os jogos. O momento das equipas, particularmente do Arouca… os resultados são bons. Já fiz esse comparação e hoje vou voltar a fazê-la, porque acho que é uma mensagem que tenho de ter presente. Nós estamos em 10.º e temos apenas mais seis pontos do que o último classificado. Ano passado, por esta altura, a distância era de 17 pontos. A competitividade do campeonato é, este ano, muito maior, e existe também para o Benfica, já tem três derrotas e no ano passado, por esta altura, tinha uma. Há uma competitividade bem maior do que o ano passado. Isso faz com que os jogos de campeonato sejam mais divididos, mais disputados.”
Como analisa este Benfica, é diferente do que defrontou quando estava no Gil Vicente? “São momentos distintos de campeonato, não recordo de qual era a jornada em que defrontei o Benfica em Barcelos. Tem dinâmicas distintas, jogadores distintos. Mais uma vez, estamos muito focados no nosso processo e no que somos como equipa e no que queremos colocar em campo. Temos estudo feito do adversário e sabemos o que podemos explorar e onde vamos procurar algumas coisas para tirar vantagem”.
Trunfos para parar o Benfica? “É precisamente o que falei no final do último jogo. A nossa grande vitória contra o Estrela da Amadora não foi tanto o resultado. Os três pontos são sempre o mais importante, mas também o que se viveu no final do jogo, o ambiente de equipa que se viveu. E é isso que precisamos em todos os jogos e neste incluído. Não é um jogo especial, é um jogo em que temos de jogar como temos jogado, sendo uma equipa, colaborando, sendo solidários como equipa. Isso ó que nos tem feito andar para a frente. Pretendemos que assim continue para, pelo menos, estabilizarmos a equipa no meio da tabela”.
Como explica crescimento do Arouca? “O fator equipa, o jogar juntos, como equipa. Sinto isso. Anteriormente não tenho essa perceção, porque não estava cá, e agora sinto que estão juntos e todos querem muito a mesma coisa. Isso para mim é o fator número um para as coisas andarem como têm andado”.
As poucas alterações no onze justificam o crescimento? “Não sei, tenho uma perspectiva bastante… já no Gil era assim. Essa pergunta pode dar para os dois sentidos, porque, às vezes, quando as coisas não estão a correr também, como me aconteceu no ano passado [Gil Vicente], não me acusavam, mas perguntavam-me porque não mudava mais o onze. Isso tem a ver com a crença, o trabalho e com uma coisa que acho que é muito importante, que é ter alguma continuidade. As oportunidades estão lá para todos, mas alguns vão ter que ter mais alguma paciência. E têm de estar prontos para, quando a oportunidade surgir, a conseguirem a agarrar com tudo”.
Schmidt era acusado de rodar pouco e, agora, de rodar de mais? “É isso, dá para os dois lados. Depois é tudo em função dos resultados, que no Arouca têm sido bastante positivos e não se mete tom de crítica nisso. Mas faz parte da minha forma de ver as coisas. Parte da minha filosofia, da forma de ver as coisas, porque tudo isto tem a ver com o rendimento. E eu estou super satisfeito com todo o plantel, até com os jogadores que não têm tido tantas oportunidades. O que vi no final do balneário [frente ao E. Amadora] foi que todos os jogadores, mesmo os que não têm tido tantas oportunidades, a festejarem todos juntos. Isso para mim é o grande segredo do sucesso atual do Arouca”.
Arouca nunca pontuou com Benfica neste estádio. Foi desafio para o grupo? “Não dou nenhuma importância a isso, nem sabia. Temos informação disponível, não procuro, porque não tem relevância. Passado é passado, não tem expressão. Não uso como forma no discurso com os jogadores”.
Segredo para Mújica a marcar sem parar: “Trabalhar em equipa, ele não marca os golos sozinho. Tem muito mérito e qualidade, isso não está em causa, mas o trabalho coletivo, a forma como os outros estão a associar o jogo, como estamos a chegar e a criar condições para ele marcar também conta. Ele tem todo o mérito, a qualidade, mas também posso falar do Cristo, do Javi Montero, uma série de jogadores que têm algum destaque. Não é que esse destaque individual seja singular, é tudo contextualizado pelo que a equipa está a fazer”.
Problemas na lateral esquerda: “Weverson está fora e o Hamache disponível. Aqui também há uma questão, que é o rendimento e o rendimento dos jogadores tem sido excepcional. O Esgaio foi chamado à lateral esquerda e tem sido excepcional. O último jogo foi exemplo disso. Como destacámos o Rafa [Mujica], que tem um destaque diferente porque marcou golos, há outros jogadores que têm estado ao nível. Quem está lá tem feito jogos excepcionais. Hamache é opção, está convocado. Resto dos lesionados a regressar, mas ainda de fora.”
Conquistou os pontos previstos? “Em termos de número de pontos não tínhamos meta estabelecida, apenas tínhamos em termos classificativos, mas temos de olhar para a concorrência e é o que referi há pouco: a competitividade este ano está elevada. Ano passado, do 10º para o 18º classificados, por esta altura, havia 17 pontos de diferença, este ano são seis. A diferença é muito grande. Isto é reflexo da competitividade. Se dissesse, quando entrei, que queria ter 20 pontos seria um objetivo perigoso. As metas na classificação são sempre a de olhar o mais para cima possível. Até este momento está a ser cumprido. Mas houve frustração com o resultado frente ao Rio Ave (2-2). Também queríamos ter vencido”.
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