O clássico já lá vai e terminou da melhor maneira para o Sporting, mas nem todos os adeptos levam apenas boas recordações do jogo desta segunda-feira com o FC Porto. Nas redes sociais, nomeadamente no ‘X’, vários sportinguistas denunciam o que consideram ter sido o uso excessivo e desproporcional de força por parte da Polícia de Segurança Pública, num incidente que teve lugar antes do encontro, no cruzamento da Alameda das Linhas de Torres com Rua António Stromp.
Eis a descrição do momento, de acordo com a conta ‘A Turma do Fisgas’, cujo autor foi um dos visados, a par de outros que são identificados na publicação.
Relacionadas
“Eu estava com estas pessoas do vídeo em festa 5 minutos antes até que alguém manda um petardo para a estrada onde estava um rapaz de mota, mais do que identificado e conhecido. Ele sai da mota tira o capacete e dá um soco num miúdo. A Polícia e bem agarrou os dois e levou-os. Continuou a festa até que os valentões de cara tapada começam a formar e toda a gente começou a pedir calma aos mesmos e em menos de nada começam com tiros de bala de borracha e a varrer tudo o que apanhavam sem qualquer sentido ou proporcionalidade”, pode ler-se na publicação que aponta o dedo a Artur Serafim, comissário da PSP. “Quando vem o comissário a falar em pedras e cadeiras que justificaram a ação é tudo mentira para poder justificar o delinquente que chefiava aquela equipa composta por duas carrinhas que sempre lá estiveram”, acusa o autor da ‘Turma do Fisgas’.
Record tentou contactar Artur Serafim na tarde desta terça-feira, no sentido de pedir mais esclarecimentos sobre o tema, mas até ao momento da publicação desta notícia tal não foi possível.
O próprio responsável da PSP, no entanto, falou sobre o episódio ontem no final do clássico. “Ali na Rua António Stromp onde nos colocamos em todos os jogos para prevenir qualquer tipo de conflito, tivemos uma situação em que adeptos do Sporting estavam a cortar a Alameda das Linhas de Torres para a referida Rua António Stromp, tendo sido arremessados artigos de pirotecnia. O indivíduo que foi atingido tentou ir ao encontro dos outros e nós intervimos de forma preventiva. O que aconteceu foi que os adeptos do Sporting que ali se encontravam começaram a arremessar cadeiras e pedras contra os polícias e houve necessidade de uma intervenção”, disse Artur Serafim, à comunicação social.
Abertos 16 autos
Ao final da noite de segunda-feira, O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP emitiu um comunicado de balanço das operações no clássico, no qual faz referência ao levantamento de 16 autos.
“Durante o dia do jogo a operação policial consistiu no desencadeamento das ações de controlo, acompanhamento e monitorização dos adeptos tendo o policiamento decorrido dentro do planeado. Da presente operação”, segundo a PSP, foram elaborados “8 autos de notícia por posse e/ou deflagração de artigo de pirotecnia” e mais “8 autos de notícia por motivos diversos.” “Foram ainda apreendidos 10 artigos de pirotecnia”, acrescenta a força policial.
“Estiveram envolvidas nesta operação várias valências, nomeadamente Polícias da 3.ª Divisão Policial, da Divisão de Trânsito, da Divisão de Segurança a Transportes Públicos, das Unidades Metropolitanas de Informações Desportivas de Lisboa e do Porto, Equipas de Intervenção Rápida, Equipas de Prevenção e Reação Imediata, Equipas de Prevenção e Investigação Criminal e o reforço da Unidade Especial de Polícia, através do Corpo de Intervenção e do Grupo Operacional Cinotécnico. A PSP reitera o apelo a todos os intervenientes nos eventos desportivos, nomeadamente aos adeptos e grupos de adeptos, que contribuam para o fair play desportivo que se pretende nestes acontecimentos e que abstenham de comportamentos violentos e hostis que ponham em causa a segurança, a ordem e tranquilidades públicas”, conclui a PSP em comunicado.
Este artigo foi originalmente publicado neste website