Cecília Pedroto, viúva de José Maria Pedroto, recorreu às redes sociais, esta segunda-feira, para recordar palavras que o saudoso treinador proferiu na ressaca do campeonato nacional que conquistou pelos dragões em 1979. A publicação mereceu os gostos de Sérgio Conceição e André Villas-Boas, dois confessos admiradores do Mestre.
“As palavras que se seguem, proferidas, hoje, pelo seu autor – José Maria Pedroto – valer-lhe-iam, por parte de alguns, acusações de divisionismo e outros insultos”, começou por escrever Cecília Pedroto.
“Para aqueles, como eu, que optaram por estudar o alcance do seu pensamento, significam a prova da genialiadade que o caracterizava. Édouard Seidler, editor do jornal L’Équipe, que as recolheu e coligiu nas suas Memórias (cujo manuscrito tive a felicidade de consultar nos reservados da BNF), em nota à margem, escreve este comentário às afirmações do Mestre: ‘uma lição de História'”, prosseguiu Cecília Pedroto para rematar depois.
“Estávamos em 1979, no rescaldo dos festejos do título, disputado taco a taco com o Benfica. José Maria Pedroto, em jeito de balanço, deixa um aviso à estrutura dirigente: ‘Chegamos aqui depois de uma longa caminhada. Este lugar foi conquistado a custo. Se não formos capazes de o manter, o que temos de fazer é olhar para nós próprios e perceber onde erramos.’ Desafiado pelo editor do ‘L’ Équipe’ – Édouard Seidler – a explicitar a sua ideia, Pedroto expressou-se de modo claro e inequívoco, como era seu timbre: ‘As vitórias de um clube dependem, sobretudo, da sua capacidade de construir uma estrutura ganhadora. Vou mais longe: da capacidade e competência em construir e a manter e, se existir necessidade disso, não ter receio em reconstruir ou deixar que outros, possuidores de uma visão de futuro, assumam este papel. A história não é benevolente com quem não reconhece a sua evolução e se mantém refém do passado’. Atual, sem dúvida”, concluiu.
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