Defesa critica Monchi e revela que um intermediário ordenou a saída para as águias ou nem na Terceira Divisão jogaria
Carlos Marchena, antigo central do Benfica, sentiu-se enganado quando foi transferido para os encarnados em 2000/01. O defesa jogava no Sevilha e não gostou da forma como o clube conduziu o processo.
“Eu não queria sair. Disseram-me que tinham de vender porque não havia dinheiro para pagar a luz. Chegaram-me muitas ofertas. Estive sentado com o Milan, mas o Benfica chegou primeiro e colocou o dinheiro em cima da mesa. Cheguei do Europeu sub-21 e aterrei às dez horas da noite. Os meus pais estavam à minha espera, pensava que ia para casa, mas disseram-me que tinha de ir ao clube. Estavam três senhores à minha espera e disseram-me que estava vendido e eu perguntei: ‘Como?”, começa por contar ao portal espanhol ‘Relevo’.
O antigo internacional espanhol enumerou as pessoas e mostrou sentir-se desiludido. “Eram Roberto Alés – que descanse em paz – que era o presidente, o meu empresário da altura, Rodríguez de Moya e Monchi. Disseram-me que estava vendido ao Benfica e que tinha de ir na manhã seguinte para Lisboa. Disse que não mil vezes e disseram-me mil e uma vezes que sim. Voltei a negar. Houve um homem que fazia de intermediário a ameaçar-me e disse que se eu não fosse a Portugal ficava preocupado porque nem na terceira divisão jogaria. Venderam-me e eu fui”, detalhou o ex-jogador, que ficou uma época na Luz antes de ser vendido ao Valencia.
Em 2018/19, Marchena voltou ao Sevilha como consultor e, mais tarde, tornou-se coordenador da formação do clube. Durante este período, voltou a cruzar-se com Monchi, diretor desportivo no Sevilha, e não esqueceu o que tinha acontecido há quase duas décadas. “Sinto que fui enganado e disse-lhe. Mandaram-me para um sítio… Desde aí a relação mudou. Mas depois a relação tem de continuar para o bem do Sevilha”, frisou, embora Marchena tenha mesmo acabado por sair do Sevilha em discórdia com o projeto. “Monchi estava saturado de trabalho. Disse que me queria reunir com ele e ao longo de um ano não teve tempo.”
Fonte: Jornal Record